sexta-feira, 16 de abril de 2010

Arte de um louco

Sinto algo que nunca tinha sentido antes

Um rio corrente passando nas minhas veias

Um maremoto na poça de água em meu coração

Um terremoto só em minha casa

Furacão em pleno dia de segunda feira

Paredes conversando em pleno domingo solitário

Sonhos que só se sonha em sonhos

Fome que da sede

Sede que da fome

Desnutrição mental


Loucuras e mais loucuras

Um céu em erupção

Mar de sangue repleto de automóveis

Dinheiro sendo vendido por comida

Árvores chorando de alegria

Rios e oceanos com sua higiene completa

Os animais sem correrem riscos de serem devorados por canibais

Poetas podem ser loucos

Loucos poetas

Um mundo cheio de nada haver

Um mundo deturpado

Vivemos numa terra onde as flores nascem com cheiro de sangue

Onde o sol ilumina só a fome e a miséria

Onde a lua da uma folga para o sol só para acalmar nossos olhos para o amanhã ser mais cruel


Olhos mudos não podem falar

Ouvidos sem paladar não podem sentir sabor

Boca sem olfato não pode ver

O tato sanguinário não pode sentir mais nem um cheiro


Ouço o gemido das montanhas

O doce amargo do delicioso doce de frutas apodrecidas

Pedras chorando

Dinheiro usando pessoas

Bocas sem dentes

Educação imaginária

Grito de crianças mudas

Idosos solitários sentados em uma praça

Adultos se vendendo sem receber nada em troca

Mortes cerebrais

Mortes mais constantes que momentos vividos

Passado sem começo


Crueldade sem limites

Poesia sem verso

História sem imaginação

Passado sem presente

Futuro destruído

Você nascer,crescer sem um unico amigo


A ignorância sabe mais que os ignorantes

Um livro semelhante a um penhasco

Escola de máquinas de matar

Rejeição na maternidade

A busca da perfeição imperfeita


Arte de um poeta louco,mais só um pouco

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