Sinto algo que nunca tinha sentido antes
Um rio corrente passando nas minhas veias
Um maremoto na poça de água em meu coração
Um terremoto só em minha casa
Furacão em pleno dia de segunda feira
Paredes conversando em pleno domingo solitário
Sonhos que só se sonha em sonhos
Fome que da sede
Sede que da fome
Desnutrição mental
Loucuras e mais loucuras
Um céu em erupção
Mar de sangue repleto de automóveis
Dinheiro sendo vendido por comida
Árvores chorando de alegria
Rios e oceanos com sua higiene completa
Os animais sem correrem riscos de serem devorados por canibais
Poetas podem ser loucos
Loucos poetas
Um mundo cheio de nada haver
Um mundo deturpado
Vivemos numa terra onde as flores nascem com cheiro de sangue
Onde o sol ilumina só a fome e a miséria
Onde a lua da uma folga para o sol só para acalmar nossos olhos para o amanhã ser mais cruel
Olhos mudos não podem falar
Ouvidos sem paladar não podem sentir sabor
Boca sem olfato não pode ver
O tato sanguinário não pode sentir mais nem um cheiro
Ouço o gemido das montanhas
O doce amargo do delicioso doce de frutas apodrecidas
Pedras chorando
Dinheiro usando pessoas
Bocas sem dentes
Educação imaginária
Grito de crianças mudas
Idosos solitários sentados em uma praça
Adultos se vendendo sem receber nada em troca
Mortes cerebrais
Mortes mais constantes que momentos vividos
Passado sem começo
Crueldade sem limites
Poesia sem verso
História sem imaginação
Passado sem presente
Futuro destruído
Você nascer,crescer sem um unico amigo
A ignorância sabe mais que os ignorantes
Um livro semelhante a um penhasco
Escola de máquinas de matar
Rejeição na maternidade
A busca da perfeição imperfeita
Arte de um poeta louco,mais só um pouco
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